Primeiro testemunhamos estarrecidos um ex-presidente da República, e mais tarde a justiça brasileira, negar a extradição do condenado italiano Cesare Battisti. Uma verdadeira afronta aos acordos firmados entre estes dois países.
Com esse gesto equivocado a justiça brasileira insulta e desrespeita a soberania de um país amigo, e que vive sob o regime democrático. Além do Brasil praticar o oficio nefasto da impunidade com os seus fora da lei, mostra-se benevolente e acolhe em seus braços um assassino internacional.
Agora acompanhamos, também espantados, a decisão do governo federal de dispensar licitações nas obras da Copa de 2014. A pretexto de agilizar as já atrasadas obras do mundial de futebol, o governo do PT tira da sua cartola mágica a decisão estranha e irregular de dispensar as devidas licitações.
O que se antevê, afastado esse obstáculo legal, o sinal verde para o governo poder despejar bilhões de reais nas mãos de grandes empreiteiras. Em tempos de festas juninas essa notícia caiu como um balão de São João no arraiá dos empreiteiros.
O mais curioso é que o relator do projeto é o deputado petista José Guimarães, mesmo parlamentar que em 2005 teve seu assessor flagrado com dólares na cueca. Um ponto nebuloso e subjetivo do projeto indica que o critério de escolha das empresas será o preço e as condições oferecidas por elas, escolha essa feita por uma comissão também do governo.
Sem licitação fica escancarado aquilo que é o câncer nas obras públicas: o superfaturamento. É de estranhar com que facilidade é liberado tanto recurso para um evento que dura 30 dias apenas. Ao mesmo tempo, não existe verba para as três áreas mais necessitadas, saúde, educação e segurança pública.
Temos uma onda de greves espalhadas pelo país, todas envolvendo o funcionalismo público. Lutam por salários mais dignos, querem melhores condições de trabalho, etc. Como sempre ouvem dos governos que não existe recursos para os reajustes pedidos. Alguém nesta história está enganando e alguém está sendo enganado.
O que deixa o cidadão mais indignado ainda é saber que sai dele, através dos impostos, essa montanha de dinheiro para construir estádios de futebol, e sem o contribuinte ver retorno social algum. Cada bilhão gasto nas obras da Copa de 2014, serão bilhões que deixarão de ser investidos em áreas prioritárias ao cidadão.
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