segunda-feira, 21 de março de 2011

A VELHA CANTILENA

Além de ser o mês que inicia o ano letivo, fevereiro é também o mês em que começa para valer o ano político. Os primeiros anúncios que vem dos governantes que tomaram posse, trazem péssimas notícias, dizendo claramente que os cofres estão vazios.

Querem assim demonstrar o estado crítico das contas públicas e conseqüentemente os cortes no orçamento.
Bem diferente do discurso efusivo das campanhas eleitorais, período onde não faltam recursos, prometem solução para tudo, e em troca do voto chegam a oferecer ao cidadão um mundo perfeito.

Essa é uma velha cantilena que perpassa várias gerações de políticos, e já está no DNA destes personagens.Com a complacência do próprio eleitor, quando esse confunde o substantivo feminino: política, com o adjetivo: político. Troca essa que faz toda a diferença, pois trata-se de um grande engano quando o cidadão joga os dois “no mesmo saco”.

O político é um ser limitado e efêmero, já a política é uma ciência complexa, e entendendo ou não, gostando ou não, precisamos e dependemos dela para construir e viver em sociedade.Nesta conjuntura sociopolítica, o dever legal do estado de servir o indivíduo não é cumprido, ao mesmo tempo esse indivíduo não é atendido em seus direitos e desrespeitado dentro do contrato social.

Após chegar ao poder o político trata de esquecer e jogar rapidamente suas promessas no arquivo morto mais próximo. Promessas do passado, agora não passam de puro cinismo e um jogo de palavras, subestimando a inteligência daqueles que o conduziram à vitória.É nessa hora que procuram dar as mais improváveis justificativas: queda da arrecadação, tragédias naturais, dívidas do governo anterior, etc.

No Brasil a troca de governo, seja municipal, estadual ou federal segue um ritual que se resume numa luta desigual e insana, onde vale tudo para chegar supremo poder. Alternâncias essas que para a maioria do povo não traz rigorosamente nada de melhora na qualidade de vida.

A sensação que fica é que somos lembrados e importantes somente a cada dois anos, enquanto eleitores, no período de eleição. Em seguida somos esquecidos e sumariamente deixados de lado, passamos ser meros contribuintes. Enquanto que gestores públicos fazerem unicamente do seu oficio um jogo de interesses e se servindo do poder, continuaremos a padecer nas mãos de governos de caráter puramente demagógico.

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