Com o preço do litro do álcool (etanol) valendo o mesmo que a gasolina, fica explicita a manobra perversa por parte do Governo Federal. Trata-se de uma estratégia onde fica barato para o próprio governo e um excelente negócio para os usineiros. Usineiros que a muito tempo ditam as regras na política de combustíveis no Brasil.
Desde a criação do Proálcool, em 1975, nunca tivemos o preço do etanol tão alto, e o mais absurdo, seu preço hoje é o mesmo da gasolina. O que pode estar acontecendo que provoque tal disparidade? A explicação até que é simples. Com o preço do açúcar no mercado mundial nas alturas, os usineiros deram total prioridade às exportações desta importante commodity.
Com isso a produção do etanol baixou consideravelmente, uma vez que a colheita da cana-de-açúcar está na entressafra. O outro agravante é a demanda crescente pelo combustível, provocado pelo acelerado aumento na frota de automóveis. Sem prestar nenhuma satisfação ao consumidor, já muitas vezes enganado, o Governo Federal, sem autoridade para enquadrar os coronéis do açúcar, resolveram deixar os preços irem às alturas.
Com isso o consumidor se inibe de abastecer seu carro com etanol, partindo assim para a gasolina. Desta forma o governo se livra do desgaste com o desabastecimento do combustível, que por certo aconteceria. E por outro lado faz a festa dos exportadores de açúcar, que da mesma maneira que agem os políticos com o povo, estes usineiros não pensam num Brasil como nação, mas como um simples campo que pode explorar sua riqueza e visar o lucro apenas.
Por que a grande imprensa não aborda esse tema sob um olhar mais próximo da realidade? Talvez os muitos interesses estratégicos do governo e deste setor, já tenham enredado também o quarto poder. O pobre consumidor que depende do combustível, foi mais uma vez enganado e sabotado pelo jogo sujo que beneficia meia dúzia de poderosos coronéis.
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