domingo, 21 de novembro de 2010

A ROTINA DAS FUGAS

As fugas de presos já se tornaram uma triste rotina no obsoleto e desumano sistema penitenciário brasileiro. Prática essa que vemos acontecer cotidianamente em Santa Catarina, onde encarcerados ganham a liberdade fugindo em grupos, pela porta da frente, com direito da ação ser registrada por câmeras de segurança.

É de causar estranheza e susto que fatos gravíssimos como estes não mereçam atenção por parte das autoridades responsáveis pela segurança pública do Estado. Não vemos nenhuma declaração do próprio governador, que deveria em hora como essa, em que o aparelho de segurança está em cheque, prestar importantes satisfações aos catarinenses.

Em cada caso existem os responsáveis, aqueles que facilitam a ação, quem são, quais as penas impostas a esses fora da lei? A sensação que fica é que a Secretaria de Segurança Pública é o patinho feio, afinal essa área traz somente publicidade negativa ao governo.

A precaução talvez se justifique porque tratar de presídios e cadeias entupidas de gente, e toda sorte de barbaridades que ocorrem dentro do sistema penitenciário, deve provavelmente desgastar muito à imagem da autoridade maior do poder executivo estadual.

O constrangimento é tamanho que os próprios delegados e administradores prisionais, quando falam com a imprensa não escondem em seus semblantes a incapacidade e a mais completa desesperança que esse sistema seja modificado. Cada preso tem um custo, esse custo é pago por nós através dos impostos.

Porém, o governo que constitucionalmente tem o direito de administrar o bolo do orçamento, também tem o dever de garantir nossa segurança. Com as sucessivas notícias de presos fugindo em várias cidades, a sociedade se vê cada vez mais abandonada e impotente, uma vez que nesse item do contrato o Estado não está fazendo sua parte.

A única certeza que existe hoje é que o detento, se quiser, consegue escapar sozinho ou em grupo. Infelizmente, a nossa certeza é: diante deste festival de fugas, vamos fugir para onde? Aqui fora, frequentemente recebemos de volta um contingente de criminosos que ontem mesmo estavam encarcerados. Além de convivermos inseguros com o aumento vertiginoso da criminalidade, acompanhamos pasmos a total incapacidade do Estado estancar definitivamente esse mal.

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