Todos aplaudem efusivamente a tomada dos morros no Rio de Janeiro. Porém, temos o direito e o dever de questionar as causa e efeitos dessas ações. Ente elas o número quase zero de prisões dos responsáveis pelo narcotráfico carioca. Da mesma forma as centenas e centenas de armas que ainda estão nas mãos dos bandidos. Parece tratar-se de uma ocupação “pacificadora”, e não com a finalidade de exibir a toda imprensa o rosto dos traficantes algemados e as imagens das armas de grosso calibre apreendidas.
É evidente que os arrastões promovidos ao longo dos últimos dias foram resultado da instalação das UPPs (Unidade de Polícia Pacificadora). Por outro lado, todos concordam que se o crime nos morros cariocas é organizado, poderia esperar que houvesse de acontecer uma resposta por parte destas facções criminosas. Principalmente porque na ocasião da instalação das Unidades Pacificadoras não ocorreu uma prisão e apreensão de armas sequer.
Em outras épocas, quando o Brasil ainda não tinha sido escolhido para receber uma Copa do Mundo e uma Olimpíada, já ocorriam fatos também de grande violência envolvendo o narcotráfico nas favelas do Rio. Fazia-se muito barulho, mas, tudo era esquecido dias após. Tinha todo tipo de discussão, se o Exercito poderia auxiliar a polícia do Estado. Uma vez o Exército entrando no confronto, não poderia atirar, porque assim dizia a Constituição.
Agora tudo mudou, os governantes, que antes faziam de conta que estavam preocupados com o cidadão do morro, e a imagem negativa do país no exterior. Neste caso, deixaram tudo de lado, as dúvidas constitucionais, a opinião dos juristas, etc. Em uma única noite foi montado, junto com a Marinha brasileira, um plano de invasão nas favelas da Penha e Vila Cruzeiro. Será que este aparato todo, que vemos surgir neste caso é devido a justamente estes dois eventos mundiais que aconteceram em poucos anos? E não esquecendo que o Rio de Janeiro sediará as Olimpíadas.
Quando a imprensa diz que nunca na história foi criada uma operação tão grandiosa nos morros cariocas no enfrentamento do tráfico, podemos deduzir que é plausível concluir que o país está mais interessado em mostrar para o mundo que está vencendo a luta contra o crime e a violência urbana, que a preocupação em oferecer segurança verdadeira à população.
Essa mega-operação, onde tudo foi realizado com extrema agilidade, teve em seguida a chegada da Marinha, chegou também o Exercito, que preparado em como atuar em casos de guerra, não titubeou um minuto, chegou, desembarcou suas tropas, e quando precisou, atirou sim.
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