O Brasil está em alta pelo mundo afora. Fazemos parte do G20, estamos entre as 10 economias do mundo, a crise mundial, aqui não passou de uma “marola”, de devedores passamos a credores do FMI, temos um presidente que é venerado em todos os continentes. O governo faz a maior festa ao anunciar a descoberta pré-sal, mesmo que o petróleo aparecerá somente em 20 anos.
Paradoxalmente estamos em 75º no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Vivemos dentro de duas realidades: a primeira aponta o crescimento do país, a segunda mostra um desenvolvimento torto e muito aquém daquele desejado. O Brasil é muito grande, todos concordam, porém, na mesma proporção convive com um triste abismo social. Com muita festa e discursos triunfalistas passamos a ser o país do futuro. Em 2014 acontecerão aqui, pela segunda vez a Copa do Mundo de Futebol, em 2016 os Jogos Olímpicos Mundiais. Sem dúvida nenhuma, são conquistas que deixam todos orgulhosos.
Para receber esses dois grandes eventos mundiais, necessitou de organização, dinheiro, planejamento e muita propaganda. Ao mesmo tempo, quando contemplamos a realidade presente, o semblante ufanista desaparece imediatamente. O Rio de Janeiro, cidade da Olimpíada 2016, cidade de fortes contrastes, maravilhosa e capaz, é hoje uma cidade sitiada. O Rio que encanta esconde uma cidade partida, onde a violência urbana alcança níveis de barbárie. Bilhões serão gastos para fazer as Olimpíadas.
A pergunta é: quantos bilhões estão (tempo presente) sendo investidos para dar segurança ao povo carioca? Quantos bilhões se investem para aniquilar essa máquina que envolve a corrupção e o tráfico, que alimenta a indústria do crime? O que espanta é que se fez um movimento gigante para receber estes dois eventos. Todavia, os comandantes dessa nação não enfrentam com o mesmo vigor e entusiasmo o combate para vencer a batalha contra a miséria, a falta de saúde, péssima educação, criminalidade e a corrupção que acaba gerando um Estado fraco e refém do atraso. Contamos apenas com um presente que é resultado de um passado, teremos um futuro que só o amanhã (que ainda não existe) nos dirá.
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