É indiscutível o sucesso do MMA no Brasil, principalmente depois que passou ser transmitida em canais abertos e fechados de televisão. Trata-se de um misto de várias técnicas de luta, como o boxe, judô, mai-tai, entre outras. O MMA surgiu do antigo vale-tudo. Por outro lado, tramita no Congresso Nacional um projeto de Lei, do deputado José Mentor, (PT-SP) que proíbe a transmissão pela TV desse tipo de luta. Independente do projeto virar lei ou não, a polêmica já está lançada.
Podemos refletir sobre esse assunto fazendo a seguinte pergunta: é pedagógico e saudável, quando o país passa por um período de aumento crescente da violência, sentar em família ou com amigos, diante da televisão e acompanhar dois homens no ringue, num show de agressão e violência explícita, dando chutes e socos um no outro, rostos ensangüentados, e achar que é apenas um entretenimento?
Afinal, não precisa ser médico para saber que o lutador, ao receber vários golpes, após pesadas e continuas pancadas, desferidos com uma força descomunal na região da cabeça, aumenta, ao longo do tempo, a chance dele sofrer importantes lesões. Será que essa luta, que a mídia vende ao seu público consumidor como um esporte de prática saudável, não incita mais ainda a violência, e como efeito acaba brutalizando o telespectador?
Será que esse “esporte” não acelera na sociedade um processo que ajuda a banalizar mais ainda a violência? Seus praticantes e defensores alegam que existem regras e normas nesse tipo de luta. Na verdade são duas regras: é proibido morder e enfiar o dedo no olho do adversário. Na realidade, combate de MMA não passa de um espetáculo grotesco, que glamuriza uma luta que o objetivo maior é espancar o oponente até sangrar.
Sem contar que, corre-se o sério risco dela provocar trauma físico no lutador e trauma psicológico no telespectador. Com tanta agressão, que beira a selvageria, que mensagem se espera passar ao público com essa modalidade de luta? A sociedade tem a oportunidade de debater e decidir, se quer ou não que a televisão continue a transmitir essa estupidez chamada MMA. Temos que rejeitar e abolir dos meios de comunicação todo tipo de manifestação que gere e incentive qualquer tipo de violência. Esporte é vida, esporte não é rosto sangrando e todo inchado.
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