“A televisão me deixou burro, muito burro demais, agora todas coisas que eu penso me parecem iguais e agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais” “Ô Cride, fala pra mãe” Titãs. A magia da televisão esconde um lado obscuro que precisa ser revelado e merece uma reflexão.
A letra contundente da canção dos Titãs aponta para esse caminho. Que a televisão é entretenimento, não resta a menor dúvida, que a televisão é o lazer das classes menos favorecidas, também é verdade. Porém, ela também é nociva e representa perigo aos lares, quando torna-se a única referência de comunicação entre as famílias.
Ela se torna prejudicial quando apresenta um conteúdo que deseduca, oferece para uma massa carente de cultura, o bizarro, o espetáculo do lixo, onde a imoralidade que desagrega alcança os maiores picos de IBOPE. Afinal, a televisão se limita a mostrar e informar sobre a violência, ou está mesma violência é reproduzida e gerada pela televisão? O telespectador é mais vítima, ou não passa de um obediente soldado nessa guerra de audiência?
Muitos defendem que a televisão é a diversão mais barata que existe. Isto também é correto, todavia por ser quase de graça é uma diversão que traz efeitos colaterais, e por ser de difícil diagnostico se torna delicado explicar este fato social. Quando o autor dessa música diz que a televisão deixa a pessoa burra, penso que é devido ao grau de alienação que ela provoca, manipulando os seus telespectadores para um perigoso senso comum.
A TV cria para o seu público necessidades no mínimo duvidosas, doutrina e faz o consumidor a adquirir determinado produto ou serviço. O telespectador obedece o que vê na tela. No Brasil, esta senhora de muitas faces chamada televisão está no ar há 56 anos, ao contrario de nós, a cada ano mais velha ela ganha mais vigor, com os avanços da tecnologia e com grande velocidade ela se renova.
As novelas brasileiras fazem enorme sucesso, não só aqui mas em todo o mundo. Conhecida como fábrica de sonhos consegue prender a atenção de milhões de pessoas, e isto é um feito que precisa ser entendido como um fenômeno de audiência, quando desejos e expectativas se mesclam com as frustrações e desilusões que pertencem à natureza humana.
A única certeza que fica é que a televisão com o seu poder absoluto de penetração nos domicílios brasileiros, não demonstra o menor interesse de fazer o sonho de transformar um país de ilusões em uma nação de pessoas que pensam. Essa seria a grande contribuição que a TV poderia dar, proporcionar menos ficção, produzir entretenimento com qualidade, levar ao público lazer e cultura, e fundamentalmente promover uma revolução, promover a educação, no seu sentido mais amplo para brilhar no horário nobre.