A pós-modernidade está sendo marcada pelas inúmeras e revolucionarias descobertas. Grandes e importantes são também os avanços tecnológicos e científicos, inovações que fazem o homem viajar por dentro deste maravilhoso mundo novo. Podemos hoje monitorar nossas casas há milhares de quilômetros. A medicina é outro campo que não para de evoluir, nos Estados Unidos já existe um carro que possibilita o deficiente visual dirigir, na Espanha um homem recebeu transplante total do seu rosto.
Num mundo que tem pressa e tudo acontece muito rápido, precisamos tudo para ontem. Com o evento da internet, passamos a viver numa aldeia global e a rede mundial é hoje ferramenta vital que move o planeta. Não achamos mais tempo para contemplar as coisas belas e simples que estão à nossa volta, o outro não é mais considerado. A sociedade atual caracteriza o bem-estar pela busca compulsiva do consumismo. Trava-se uma corrida diária para adquirir e acumular bens, somos compelidos a seguir todas as tendências ditadas pelo mercado. Temos a constante necessidade pelo prazer imediato, a satisfação garantida, mesmo que tudo seja passageiro. O que acaba pesando mais na balança do sujeito pós-moderno é a sensação de pertencimento ao mundo das aparências e da vaidade.
A todo momento surgem novidades, hoje elas nos seduz e encanta, amanhã já estão ultrapassadas e as deixamos de lado. Desde cedo somos condicionados para construir um futuro de sucesso. Mais tarde caminhamos rumo a uma brilhante carreira profissional, e descobrimos então que a vida é uma competição cruel. Somos bombardeados todos os dias pelos modismos, onde predomina a ditadura da moda, ditadura da beleza e o culto ao corpo. Nestes dias, em que se glamoriza a futilidade, valores morais são abandonados, padrões éticos subvertidos e a pessoa é coisificada, o indivíduo deixa de administrar suas mazelas interiores e prefere gerenciar a vida alheia.
Fruto de uma sociedade neorótica e decadente, que prioriza o apego insano pela estética e alimenta a paranóia do ego. Mesmo com todo progresso alcançado, percebe-se que o homem, sua natureza predadora e insaciável, vive imerso num profundo vazio existencial. Não precisamos andar muito para encontrar pessoas que, sinceramente e até obsessivamente, procuram a tão prometida e sonhada felicidade. Porém, na maioria das vezes elas conseguem um pouco de momentos felizes e breves instantes de alegria, para restar no final, apenas um efêmero prazer.